Uma história natural da imperfeição?

Telmo Pievani (Gazzaniga, Itália, 6 outubro1970 – https://www.telmopievani.com/index.php?lang=en; https://it.wikipedia.org/wiki/Telmo_Pievani) é professor de Filosofia das Ciências Biológicas na Universidade de Pádua. Dirige o Pikaia, portal italiano de evolução, e colabora com o importante Corriere della Sera e outros órgãos. Já publicou inúmeras obras, incluindo “Os enredos da evolução” (2002) “A vida inesperada” (2011) e, recentemente este “Imperfeição – uma história natural”, da editora Raffaello Cortina, 2019, com 198 páginas.

Para ele, somos o resultado de uma série de imperfeições que foram bem-sucedidas. Nosso cérebro e nosso genoma, dois dos sistemas mais complexos que a natureza produziu, estão cheios de imperfeições. São estruturas imperfeitas que nos fazem entender como a evolução funciona: não como um engenheiro que otimiza sistematicamente suas invenções, mas como um artesão que faz o que pode com o material disponível, transformando-o com imaginação, organizando e reorganizando. Mesmo a história natural que nos trouxe até aqui é um catálogo de imperfeições que funcionaram, a partir daquele desvio infinitesimal no vazio quântico primordial do qual o universo nasceu. Traçar a história da imperfeição é importante porque hoje uma espécie imperfeita muito poderosa domina o planeta: portanto, você compraria um carro usado pelo Homo sapiens?

Desta forma, agora, além das clássicas três enormes feridas narcísicas que nos foram impostas sucessivamente pela falência do geocentrismo (com a corrente (Giordano Bruno – Copérnico – Galileu); pelo desmonte do criacionismo, pelo menos no que se refere ao aparecimento do mesmo Homo sapiens acima mencionado, conforme sentença de Charles Darwin; e pelo melancólico fim de nosso autoconhecimento/controle pleno, pela irrefutável descrição feita por Freud de um inconsciente que nos governa; acresça-se mais essa viral ferroada de que nada mais somos, como sistema solar, planeta e seres pensantes, do que uma bem sucedida imperfeição perfeita, na cândida melhor “possibilidade possível”, ou a antípoda, uma imperfeita perfeição, isso customizado ao gosto de cada qual… Confira-se no livro do Telmo.

Veja-se muito mais e melhor em:

• “Imperfezione di T. Pievani. Recensione di D. Federici” – https://www.spiweb.it/libri/imperfezione-di-t-pievani-recensione-di-d-federici/ ;
• “Convivere con l’imperfezione. La storia umana tra scienza e filosofia” – https://www.youtube.com/watch?v=Q_qHKWNN_30 ;
• “Imperfezioni di successo” – https://www.youtube.com/watch?v=ChVKVjg0Dtk.