VIOLÊNCIA CONTRA PESSOA IDOSA
23 de agosto de 2022Demência ou transtorno neuro cognitivo é uma doença degenerativa, a qual os neurônios começam a morrer e leva a prejuízos progressivos da memória, pensamento e comportamento. Há uma incapacidade de gerar novas memórias.
A demência de Alzheimer é a demência de maior incidência nas pessoas idosas e sua incidência aumenta com a idade, em casos mais raros a partir dos 50 anos, mas geralmente a partir de 60 anos, com maiores chances a partir dos 85 anos.
A população idosa no Brasil e no mundo está aumentando consideravelmente e em decorrência, o número de pessoas com algum tipo de demência também. De acordo o relatório Mundial de Alzheimer de 2022, no mundo há 55 milhões de pessoas com demência e destas, cerca de 85% não recebem nenhum cuidado ou tratamento após o diagnóstico, o que é extremamente preocupante.
A estimativa da organização Doença de Alzheimer Internacional, do Reino Unido, é de que em 2030 tenhamos no mundo 74, 7 milhões de pessoas com Alzheimer e em 2050 poderá chegar a 135,5 milhões. No Brasil segundo o Ministério da Saúde são cerca de 1,2 milhões diagnósticos e a cada ano aumento de 100 mil novos casos. A projeção do relatório Mundial de Alzheimer é de que em 2050 os números no Brasil tripliquem, podendo chegar a 5.666.116 pessoas diagnosticadas.
Os especialistas da área pedem que o cuidado, tratamento e apoio a pessoa diagnosticada seja reconhecida como um direito humano. É preciso melhorar em todo o mundo os serviços de diagnostico, tratamento e cuidado as pessoas diagnosticas para que elas possam ter melhor qualidade de vida.
O Alzheimer não tem cura, o desenvolvimento é lento e progressivo e a pessoa vai perdendo a capacidade de realizar atividades básicas de vida diária, necessitando do cuidado integral. Porém, há medicamentos que ajudam a controlar os sintomas reduzindo a progressão da doença e dando maior qualidade de vida a pessoa.
O diagnóstico é feito com avaliação médica, exames de sangue e neurológicos, testes cognitivos, de avaliação funcional e de imagem.
Fique atento a sintomas como esquecimentos que afetam o dia a dia, dificuldades de resolução de problemas simples da vida diária, se perder em lugares conhecidos, se confundir com o tempo e data, esquecer ou confundir pessoas próximas, problemas de comunicação falada e escrita, dificuldades para completar frases simples e mudanças de humor e personalidade. Geralmente quem percebe os sintomas iniciais são familiares e amigos próximos.
Os sintomas são divididos entre leves, moderados e graves de acordo o grau de avanço da doença.
Os fatores de risco para o Alzheimer são a idade, familiar como pais e irmãos com a doença, deficiências cognitivas leves, doenças cardiovasculares, pessoas com menos anos de estudos e traumatismo craniano.
Segundo o neurologista, Dr. Fabiano Moulin, 50% das pessoas com demência de Alzheimer poderiam não ter tido a doença se tivessem tido comportamentos diferentes no decorrer da vida, como por exemplo, aprender outra língua, cuidar bem da saúde física e mental, cuidar da alimentação, do corpo e do cérebro, através do desenvolvimento de atividades físicas, alimentação saudável e atividades intelectuais e sociais e dormir bem.
Tratamento
Além da medicação é importante realizar tratamento de doenças pré-existentes, cuidado multidisciplinar com neurologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta
Acompanhamento Psicológico
O Alzheimer leva a grande sofrimento não só da pessoa doente, mas também seus familiares e cuidadores. A Psicologia tem um papel importante para melhorar a qualidade de vida da pessoa acometida pela doença e seus familiares e cuidadores.
Com a pessoa idosa doente a psicologia só ajudará na fase inicial da doença, enquanto ela ainda tem consciência do que é a doença e das perdas e mudanças que ela provocará. Serão trabalhados seus medos, angustias e poderá ser dado um novo significado a sua história de vida. Atuará também com estimulação cognitiva das habilidades que ainda estiverem preservadas.
Com familiares e cuidadores o papel da psicologia será além de orientar sobre a doença, acolher também angustias e medos, trabalhar o luto antecipatório, a inversão de papeis, as mudanças nas rotinas e adaptações que serão necessárias conforme a progressão do Alzheimer.
Liliane A. Neres
Psicóloga CRP: 06/121925 e Pós Graduada em Gerontologia
Referencias:
https://www.alz.org/br/demencia-alzheimer-brasil.asp#treatment