E Freud volta à cena (da qual nunca saiu!…): série na Netflix
9 de julho de 2018BREVE INTRODUCCIÓN A LA CRÍTICA PSICOANALÍTICA DEL CINE
9 de julho de 2018Pode-se dizer que o ser humano, desde quando surgiu com as características sapiens e sapiens sapiens que hoje ostenta, sempre sentiu a necessidade/prazer de representar, de se representar, de se ver e se imitar, a ponto de isso tudo poder ser pensado como um elemento de seleção, sobrevivência e garantia da espécie. Começando com as imagens feitas nas paredes de cavernas (que já lá vão a 40 mil anos ou mais), chegando ao teatro chinês de 1550 anos a.C., à pantomima e ao teatro gregos, suas tragédias e comédias, depois às narrativas e contos dos trovadores medievos, e os grandes romances, dando no teatro de Shakespeare, depois nas óperas e suas catarses… não paramos! Por fim entraram em cena (sem trocadilhos) a fotografia, o cinema, a televisão e as demais mídias imagéticas, que estendem a re-presentação para multidões, as quais tanto assistem como se assistem na projeção das figuras. Coroamento desse processo de amalgamação voyeurista-mixóscopa-escopofílica, os reality shows (ou reality television) é o produto da moda, a nova panaceia sócio-farmacológica, destinada a tentar atender esse interminável desejo humano (dificilmente ou nunca atingido) de se re-apresentar e re-conhecer a si mesmos no Outro, mas sem nunca alcançar o autoconhecimento completo. Freud nos disse que a psicanálise pessoal (como método para o autoconhecimento) é um processo sem fim. Ao que Raquel Berman complementou “Daí também a atração interminável que o cinema exerce sobre o espectador”.
O parágrafo que escrevi acima é uma transcrição adaptada do último parágrafo do texto abaixo, de autoria da doutora mexicana Raquel Berman, que, por ser extremamente válido e pertinente, seleciono como abertura para a seção temática Cine Psi do Portal da Tempo Análise, que trará indicação de filmes sempre com algum tipo de interesse psicanalítico.