Notas sobre Sá de Miranda e os conflitos do eu
31 de outubro de 2019Bairro Amigo do Idoso
6 de novembro de 2019
Olga Nawoja Tokarczuk (29 de janeiro de 1962) é uma escritora polonesa, conhecida pelo tom mítico de seu texto, ganhadora de vários prêmios e, em 2019, do Nobel de Literatura de 2018, escolhida por “sua narrativa imaginativa que com paixão enciclopédica representa o cruzar de fronteiras como forma de vida”. Já lançou uma coleção de poemas, vários romances e livros de prosa mais curtos, e é o nome mais premiado da literatura polonesa contemporânea.
Ativista de esquerda, vegetariana e feminista, foi acusada como antipatriótica, anticristã e promotora do ecoterrorismo por alguns grupos na Polônia. Ela negou, se identificou como “verdadeira patriota” e disse que os grupos que a criticam são xenófobos e prejudicam a reputação internacional da Polônia.
Livros seus que podem ser encontrados no Brasil são:
- Conduz o teu arado sobre os ossos dos mortos. Ed. Cavalo de ferro.
https://www.cavalodeferro.pt/livros/conduz-o-teu-arado-sobre-os-ossos-dos-mortos
- Viagens. Ed. Cavalo de ferro.
https://www.cavalodeferro.pt/livros/viagens-olga-tokarczuk
- Sobre os ossos dos mortos. Ed. Todavia
https://todavialivros.com.br/livros/sobre-os-ossos-dos-mortos
Até aí todos sabiam. O que talvez poucos saibam é haver a Olga afirmado que “Ler Freud foi meu primeiro passo para me tornar escritora”, conforme matéria do The Guardian . Segundo ela, um livro do professor austríaco mudou sua vida: “Eu li pela primeira vez o ‘Além do Princípio do Prazer’ de Sigmund Freud quando jovem, e isso me ajudou a entender que existem milhares de maneiras possíveis de interpretar nossa experiência, que tudo tem um significado e que a interpretação é a chave da realidade. Este foi o primeiro passo para me tornar uma escritora.”
Em 1930, Freud obteve o respeitado prêmio Goethe, um dos mais importantes da literatura mundial, concedido a partir de 1927, mas quanto ao almejado Nobel as coisas não andaram tão bem…
Freud teve uma candidatura ao Nobel de Medicina ou Fisiologia, em 1915, proposta por William Alanson White, neurologista americano. No total, foi candidato 12 vezes, sugerido por diferentes personalidades.
Frente à rigidez dos comitês científicos do Prêmio, a princesa Marie Bonaparte, sua amiga e tradutora ao francês, organizou apoios para que o prêmio de Literatura viesse a ser concedido ao já septuagenário criador da Psicanálise.
Romain Rolland, francês, vencedor do Nobel de Literatura de 1916, que se correspondera com Freud, solicita, em janeiro de 1936, à Academia sueca, propor o nome de Sigmund Freud, para contrabalançar as reticências dos acadêmicos suecos: “Sei que à primeira vista o ilustre sábio pareceria estar destinado mais especialmente a um prêmio de medicina”, mas
“Seus grandes trabalhos (…) abriram uma nova via à análise da vida emocional e intelectual, e há 30 anos a literatura recebeu sua profunda influência”.
Na época, o secretário da Academia sueca, Hallström, reconhece “a perspicácia, a fluidez e a clareza dialética” de Freud, “salvo, talvez, ‘A interpretação dos sonhos’, obra sobre a qual está baseada toda a sua doutrina” e arremata que o autor “não merece os louros do poeta, embora como cientista tenha feito muita poesia”. Será?…