As Fatalidades (ou agora sei o porquê de não ganhar na mega-sena)
25 de maio de 2017Valores e Integridade
29 de maio de 2017Com certeza temos todos ouvido esta palavra por todos os lados, há pelo menos nos últimos 4 anos. Na imprensa, nas conversas, nas entrevistas, no mundo político, no cenário econômico e no ambiente social. E qual será o efeito disso nas nossas cabeças, nos nossos planos e na nossa vida em especial? Será que existe crise de fato? Quem as cria? Porque pessoas diferentes reagem de formas diferentes, às vezes na mesma situação?
Proponho então que a gente dê uma olhada em como a gente normalmente reage a essas situações de crise, e que nos fazem imaginar se há algum perigo para nós mesmos. Nós seres humanos herdamos, na nossa evolução, um cérebro réptil, que funciona na base do enfrente ou fuja e que ainda nos controla em alguma situações. Ele permite que, sem que pensemos, estejamos atentos aos riscos à nossa sobrevivência e às nossas necessidades de alimentação, reprodução e bem estar físico. Depois dele, como que envelopando o réptil, vem o cérebro límbico, responsável pelas nossas emoções mais profundas, nossas necessidade de relacionamento, socialização, subjetivação, etc. E por último vem o córtex cerebral, envelopando os outros dois, e que consolida a nossa evolução como seres humanos neste planeta, e onde aparece a lógica, o raciocínio. Este último nos faz acreditar que somos mais do que os demais seres que coabitam a Terra, já que consideramos ser o nosso diferencial, a nossa essência como humanos. Qual deles então entra em cena em situações de crise? Qual o mais importante?
Se a gente estiver sujeito ao cérebro réptil, regidos pelo medo, iremos enfrentar as crises com um pensamento que tenho de brigar e proteger o que é meu, já que não haverá para todos, para alguém ganhar, outra parte tem de perder. Por outro lado, se eu administro esse medo porque sei que ele é natural e derivado do processo evolutivo, eu posso segurar a minha reação e tentar entrar no campo das emoções. O que sinto, o que percebo, como posso utilizar outros sentimentos para analisar essa mesma situação, e como posso incluir todos na solução, sem a necessidade de pensar ou eu ou eles, o que já é uma visão mais ampla e sistêmica comparada ao uso somente do cérebro réptil. E se, após levar em consideração os riscos e os sentimentos, conseguirmos incluir a nossa capacidade de raciocínio para procurar por soluções, utilizando o cortéx cerebral, talvez tenhamos a melhor avaliação possível de um cenário, nos perguntando que medo tenho, o que sinto e o que eu devo fazer.
A empresa progressista, na sua busca contante para que as pessoas que nela trabalhem sejam mais autônomas, criativas e motivadas, depende de como cada colaborador reage aos momentos de crise, crise que pode ser gerada a qualquer momento, no nosso dia a dia, ou crise gerada institucionalmente, pela política, pela economia ou pelas condições sociais. A crise, que num primeiro momento atinge a todos, passa a ser a crise de cada um, de como um específico colaborador reage a uma crise específica. Assim, a empresa progressista precisa de colaboradores que saibam enfrentar as crises utilizando não somente seu cérebro réptil, mas também seu cérebro límbico e seu cortéx cerebral, todos juntos a favor de entregarmos aos nossos cliente uma experiência única de ser nosso cliente. Parece muito confuso e complicado, mas não é: dependemos das decisões individuais de cada um para permanecermos no mercado. Dependemos de colaboradores motivados, íntegros e corajosos para que sejamos vistos como únicos perante nossos clientes.
Pergunta: faz sentido tudo isso para vocês? A superação de crises passa pela forma como a vemos, individualmente? Comentários com feedback são bem vindos!