Antão dal Foz, do livro Caótica Ordem (2013)
29 de abril de 2018ALGUMAS DAS PRINCIPAIS REVISTAS PARA A PSICANÁLISE
29 de abril de 2018As Palavras Condicionam o Pensamento e o Entendimento
As nossas palavras giram em torno das nossas ideias porque não somos capazes de exprimir plenamente um pensamento por palavras, caso contrário o entendimento – pelo menos entre pessoas inteligentes – há muito estaria estabelecido. Mas os nossos pensamentos giram também em torno das nossas palavras, e é isso que é mais grave. Se tivéssemos a força, a coragem ou a possibilidade de pensar totalmente fora das palavras, estaríamos mais avançados do que o estamos agora.
Arthur Schnitzler (Viena, 15/maio/1862 – Viena, 21/outubro/1931), médico e escritor, contemporâneo de Freud (1856-1939) na mesma cidade, logo teve seu interesse despertado pelo campo da psicologia. Depois de formado, trabalhou com o famoso psiquiatra Theodor Meynert em estudos com hipnose e sugestão como recursos terapêuticos. Mas acabou por se dedicar mesmo à literatura, empregando bastante o estilo do chamado fluxo de consciência. Tornou-se conhecido como escritor com as peças de teatro Anatol (1893) e Ronda (1897), que mostram o erotismo e a melancolia da Viena do final do século XIX, e que causaram grande escândalo quando encenadas. Em suas obras revela fortemente o subconsciente dos seus personagens. Freud foi um admirador dos escritos de Schnitzler.
Numa carta ao autor, de 14/maio/1922, ele revela que, ao ler seus textos, parecia se tratar de um “duplo”, alguém que, como ele próprio, era “explorador das profundezas” e que mostrava “as verdades do inconsciente”. Freud escreve: “Acho que evitei o senhor por causa de uma espécie de relutância em conhecer o meu sósia. Não que eu me incline facilmente a identificar-me com outrem, ou que pretenda fazer pouco da diferença de talento que me separa do senhor, mas todas as vezes em que me absorvo profundamente nas suas belas criações pareço sempre encontrar sob uma superfície poética os mesmos pressupostos, interesses e conclusões que alimento. (…) De modo que criei a impressão de que o senhor sabe, pela intuição – ou, antes, em virtude de minuciosa auto- observação -, tudo o que eu descobri mediante laborioso trabalho em outras pessoas.” (Viena, 1922) [Ver: http://www.freudiana.com.br/destaques-home/cartas-de-sigmund-freud-a-arthur-schnitzler.html] A produção literária de Schnitzler é bastante extensa. Em português destacam-se:
- Morrer (1961). Ed. 70. (Portugal)
- Senhorita Else (1985). Paz e Terra
- Anatol (1986). Estante. (Portugal)
- Contos de Amor e Morte (1987). Cia das Letras.
- Retorno de Casanova (1988). Cia das Letras.
- O tenente Gustl (1988). Difel. (Portugal)
- Relações e solidão (1996). Relógio D’Água (Portugal)
- Retorno de amor e morte (1999). Cia das Letras.
- Breve romance de sonho (2000). Cia das Letras.
- A história de um sonho (2001). Relógio D’Água. (Portugal)
- A história de um sonho (2001). Relógio D’Água. (Portugal)
- Senhora Beate e seu filho (2001). L&PM.
- Casanova regressa a Veneza (2007). Evoramons. (Portugal)
- Menina Else (2008). Cotovia. (Portugal)
- O Caminho para a liberdade (2011). Record.
- A cacatua verde: grotesco num acto (2011). Bicho do mato. (Portugal)
- A ronda: dez diálogos (2012). Relógio D’Água. (Portugal)